segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Saudades


Nunca pensei que um homem pudesse sentir saudade. Dizem que a palavra não existe em nenhum outro idioma, mas eu conheço o seu significado: A alma procura a outra na velocidade do desatino. Não há lugar senão para a busca. Nenhuma satisfação que não seja o encontro. Nenhum engano possível porque a alma sabe exatamente qual a outra é. É aquela. Em tudo maravilha, que encontrada seria uma no eterno abraço. Por que não cala o trovão na mente? Por que não seca a lágrima da obsessão? Por que não cessa essa falta que enfraquece, essa dor que apenas cresce? Por que não fecha o peito ardente? Demente! No teu abismo presente ouve o ruído dos pássaros. Então cai eternamente. Eu não sei se é verdade que de saudade também se morre, mas é melhor morrer do que sentir saudade.

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